quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Eduardo Jorge Soares Costa - Parte 2 - Agenda Cultural e Econtro Cultura...

Musicoterapia para o Escritor

Nesta entrevista vamos indagar como a musicoterapia pode influenciar na vida de um escritor.

O que é musicoterapia?

Ana Maria Lobato – Musicoterapia é a utilização da música e seus elementos, por um musicoterapeuta qualificado, com cliente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, para alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. (Federação Mundial de Musicoterapia, 1996)

Como a musicoterapia pode influenciar a vida de um poeta, cronista, contista que têm variações de humor e sensibilidade durante o ato da criação?

Ana Maria Lobato – A música acompanha o homem na sua trajetória, desde que os sons foram utilizados como forma de expressão. Ela está inserida na vida humana, através do ritmo: Nos gestos, na pulsação, na prosódia, nos movimentos corporais e psíquicos. Didier-Weill afirmou que palavras e músicas são feitas de uma mesma matéria prima – O som. A arte surgiu dos gregos, há uma concepção de que “o drama grego não era falado, mas cantado”. A música abre canais de comunicação, quando a linguagem falada do indivíduo sofre bloqueios de qualquer natureza. Segundo Lia Rejane Barcellos (RJ) o que podemos comunicar através da música, nem sempre estamos prontos ou abertos para comunicar com palavras. A musicoterapia é, ao mesmo tempo, uma arte, uma ciência e um processo interpessoal. O musicoterapeuta ajuda o cliente a promover mudanças em sua vida, utilizando experiências musicais como forças dinâmicas para que ele se expresse em toda a sua sensibilidade, escreva, trabalhe e se relacione melhor com os outros e com sua obra.

O Blog Música no Detalhe conheceu a atividade deste grupo de Musicoterapia no facebook, parece que o grupo é do interior de Minas. A musicoterapia é respeitada tanto no interior quanto nas capitais?

Ana Maria Lobato – Este não é um grupo. Eu criei o perfil, com o objetivo de divulgar meu trabalho como musicoterapeuta e para que outros profissionais colham informações sobre a atuação deste profissional, quais as aplicações da musicoterapia nos setores da saúde e no mercado de trabalho. Se os senhores digitarem musicoterapia, só no Facebook encontrarão muitos musicoterapeutas, não só no Brasil, mas em outros países também. Os cursos de musicoterapia foram introduzidos no Brasil na década de 1970; são reconhecidos pelo CFE/ MEC desde 1978. A profissão de musicoterapeuta é regulamentada através do PL 25/05 e está inscrita no Código Brasileiro de Ocupações - CBO 2239-15 junto às Terapias Ocupacionais, habilitando o exercício da profissão aos profissionais graduados e especialistas com mais de 05 anos nesta área. Em Juiz de Fora, a musicoterapia já tem seu espaço, muitos profissionais acreditam na eficácia desta terapia e indicam pacientes para o atendimento. O campo de trabalho em instituições ainda é restrito ao serviço voluntário, não existe contratação para cargos públicos. Lecionei a disciplina Musicoterapia, nos cursos de Fonoaudiologia e Enfermagem da Universidade Presidente Antônio Carlos. Foi uma contratação importante, pois se verificou a necessidade de inserir uma abordagem clínica humanizada em cursos extremamente técnicos. A fonoaudiologia e a musicoterapia tem pontos convergentes, como a Acústica / Psicoacústica. Nas capitais, o musicoterapeuta tem seu espaço no atendimento interdisciplinar. Já existem vagas para concursos públicos e contratações em CAPES. Em Minas, o primeiro curso de bacharelado em musicoterapia foi criado em 2010 na UFMG. É um passo importante para que outras universidades criem novos cursos.

E a internet com suas canções é uma terapia ou uma geradora de tensões, emoções e acima de tudo, ansiedade?

Ana Maria Lobato – A internet é uma grande produtora de emoções, as mais diversas. Com relação à música, a globalização propiciou este intercâmbio sonoro. Os sites reproduzem músicas de todas as épocas e as pessoas tem livre acesso às discografias de sua preferência. Cada indivíduo tem uma “história sonora” ou identidade cultural, desde a sua concepção no útero. Você curte uma música que alguém publica no mural, porque aquela música foi significativa em determinada fase de sua vida. Então, você compartilha, para que as outras pessoas sintam as mesmas emoções e sentimentos. É o que denominamos Empatia. Assim é a rede social...

Me dê um breve currículo deste grupo de Musicoterapia?

Ana Maria Lobato – Odontóloga – UFJF. Musicoterapeuta  – Conservatório Brasileiro de Música /Centro Universitário - RJ. Especialista em Arte Educação Infantil – UFJF. Formada em Instrumento Violão – Conservatório Estadual de JF. Formação em Psicodrama – SOBRAP / JF. Profª. Musicoterapia e Ludoterapia (Fonoaudiologia e Enfermagem). UNIPAC. 2003/2010. Musicalização Infantil e Educação Especial (E.E. Maria das Dores). Regência de Coral Infantil AMAC – Curumim. Cantora e compositora – produção de CD Infantil (Sistema Degraus de Ensino). Formação em Líder Coaching – Fundação Condor Blanco – BH.

Alguma coisa ficou pendente que gostaria de colocar nesta entrevista?

Ana Maria Lobato – Consulte um musicoterapeuta! Alguns benefícios da musicoterapia: Socialização, equilíbrio e ritmo corporal. Modifica comportamentos indesejáveis. Estimula a memória. Desenvolve orientação espaço-temporal. Estimula as funções cognitivas. Desenvolve as áreas da fala e do pensamento. Promove bem-estar, socialização e relaxamento.

Eduardo Jorge Soares Costa Agenda Cultural do Distrito Federal